Como me descobri uma menina Autista? Talvez o fato de eu ser uma Garota Estranha.
O diagnóstico para o Espectro Autista veio aos 33, mas a certeza dele veio desde sempre. Inúmeros sinais ao longo da minha trajetória sempre me levaram ao meu destino de estar dentro de um lugar chamado Espectro Autista.
Sem romantizar o Espectro Autista, falar dele abertamente sem esconder nada é o meu objetivo. Ser Autista não é leve e nem fácil. Fardos de ser uma garota estranha tem as suas glórias, mas tem muito mais sobre as lutas.
Por muito tempo querendo ser “normal”. Ser uma garota que passa despercebida pela multidão. Com um grupo de amigos ou algum amigo para contar. Em alguma época almejei ser popular e dentro do padrão. Muito sofri por gostar do que ninguém gosta e me importar com o que ninguém se importa.
Tentei por um tempo me manter na moda. Saber sobre atualidades e fingir que ne importava com futilidades. Passei um tempo frustrada por sempre acabar sozinha. Com o tempo descobri que a minha estranheza tinha um nome, autismo. Foi uma longa estrada até a descoberta do Espectro.
O que muda estando dentro de um Espectro Aurtista? Foram anos em busca por respostas. De certa forma queria ser reconhecida, não pelos outros, mas por mim mesma. Saber a sua prórpia identidade, muda o curso da história. Quando isso acontece depois de buscar incessantes, há uma porção de descobertas e também de caminhos errados se traçam. As meninas autistas muitas vezes passam despecebidas pelos seus sintomas serem menos percebidos. No meu caso no auge dos meus trinta e três anos, esbarrei em diversos dignósticos equivocados, tratamentos inaqueados e sofri todos os tipos de capacitismos possíveis. Isso ocorreu dentro da própria área da saúde da qual faço parte, sofri muito preconceito dentro da psicologia Sofri muito descaso médico, talvez por pura falta de competência e conhecimento a respeito do autismo feminino. Sofri pela sociedade não estar aberta para entender que meninas também pode ser autistas.
O peso que muitas meninas autistas carregam com a romantização do tema. Há muitos conceitos equivocados que transformam essa jornada em algo complexo. Há ainda o desconhecimento em relação ai tema do autismo, esperam que sejamos gênias. Aguardam respostas, descobertas, mil e uma habilidades e uma infinidade de talentos. São incapazes de lidar ou tolerar nossas vulmerabilidades, crises e momentos desafiadores. As pessoas atrelam o autismo dito como funcional, ou seja a maior parte das pessoas que compõe o nivél I que elas sejam extremamente inteligentes. Ignora-se são dois fatos muito importantes. Por ser um Espectro cada pessoa autista é um sujeito singular, dotado de narrativas, trajetórias e habilidades. Não existe um autista igual ao outro, podem haver pontos em comum, mas cada um irá manisfestar o seu Espectro Autista de forma singular. Desta forma, deveria haver uma compressão que meninas e meninos autistas são diferentes.
Sempre carreguei comigo a certeza de ser estranha, com o tempo tinha certeza do meu autismo. Demorou bastante, mas a confirmação veio e com ele a certeza que iria atuar militando pela causa do autismo. Na escrrita levando conhecimento baseado nas minhas próprias experiências, pesquisas. Tudi ci base na ciência. Na área da escuta me tormar uma psicoterapeuta que oferece psicoterapia personalizada para meninas autistas ou as que estão em busca de investigar um possível Espectro Autista. Através de todo o meu processo, quero poder fornecer um ambiente seguro, empático e humano para que as meninas e mulheres possam se reconhecer em suas potencialidades a fim de se tornarem protagonistas de suas histórias. Oferecer uma psicoterapia personalizada faz que eu entenda a importância de reconhecer a singularidade de cada uma.
São muitos fatores que me tornam uma menina autista. Não me tornei autista aos 33 anos quando tive o meu diagnóstico. Eu sempre fui uma menina autista O espectro autista sempre fez parte, mas poder ser reconhecida legalmente como uma pessoa autista muda todo o rumo da minha jornada. Poder me reconhcer na frente do espelho como uma pessoa dentro do Espectro Autista faz que eu tenha a segurança necessária para me entender como um todo. Ter a tranquilidade de saber que vários pontos da minha personalidade tem uma explicação; Não era apenas o meu jeito de ser. Não ia passar a medida que eu crescesse. Não era frescura. Não era doença. Não era errado. Era autismo o tempo todo. Dá para continuar investindo em autoconhecimento e criação de estratégias para levar uma existência mais plena de sentido.
Hoje entendo que não era teimosia, era ridigez cognitiva. Não era timidez, era bloqueio social. Não era apenas enxqueca, era sobrecarga sensorial. Não era falta de personalidade, era masking. Não era depressão, era shutdown. Não era impulsividade, era metdown. Não era imitar para tentar caber, era despersonalização. Não era gostar demais de algo, era hiperfoco. Não era esquecimento, era atenção seletiva. Vários pontos que fazem parte do conhecimento técnico que tenho agora, mas que sempre foram parte do que sou;.Sempre fui vista como uma garota estranha que fala sozinha, cria as próprias brincadeiras, tem gostos peculiares e que se esquiva de contato social. Sempre me senti de fora dos grupos, mas queria me inserir apenas para que parassem de implicar. não porque de fato sentia falta. Fazer amigos, cultivar vínculos sempre foi algo desgastante. MInha baterial social sempre acaba rápido demais, enquanto a minha régua social é mais apurada. Misturado com o meus senso de justiça e a minha adoração por rotina impera. Ficar em casa sempre foi o meu destino fabuloso, sair só com muita elaboração e objetivos.
Contornar alguns destes pontos que o autisimo pode me trazer alguns desafios, faz que eu sempre esteja em busca de aperfeiçoamento. Mas me reconhecer como uma menima autista faz que eu aceite também vários pontos, pare de tentar me encaixar em outros, principalmente ára caber na opinão dos outros. Reconhecer o meu espectro autista é bem mais importante do que fazer as pessoas entenderem ele. Não peço aceitação, mas exijo respeito. Afinal a gente tem que lidar com tantas pessoas ditas “normais” o tempo todo. Não deveria ser tão complexo eles respeitarem as nossas diferenças, parece utopia. mas ainda acredito que através do conhecimento iremos revolucionar o muidio através de ideias.
O que eu quero como uma garota estranha? O que eu desejo como uma menina autista? Fazer arte através da escuta e da escrita sempre tendo em vista que amar e mudas as coisas são o que me interessam mais.