Priscilla

Priscilla

Precisamos falar do novo filme Priscilla de Sofia Copoola. Trazendo a tona a história de Elvis Presley e Priscilla Presley e os bastidores de um quase amor.

Priscilla

Assisti ao filme Priscilla esta semana e ele simplmesmente ficou rodando da minha mente. O tipo de história que faz você afundar na poltrona do cinema com a cabeça repleta de gatilhos. Trabalho com o publico feminino, luto pela questão do feminismo há muito tempo. Mas, para quem me vê agora enjajada não faz ideia da trajetória penosa e devastadora que é conseguir reconstruir e reencontrar o o feminino dentro de si mesma. Tudo se torna mais latente quando ele é tirado da gente cedo demais sem que tenhamos a consciência dos seus danos. Os causados no corpo provocam marcas, mas as cicatrizes tatuadas dentro do insconsciente são permanenentes. Assim como a protagosnista do filme sofri relacíonamentos abusivos por homens. e também por algumas mulheres Alguns frutos dos meus pares românticos, outros colegas e alguns próximos demais. As mulheres acabam acreditando em contos de fadas e tem essa cultura besta de acharem que devemos ser salvas. Caí nesta ilusão inúmeras vezes até chegar alguém que atropelou o patriacardo e me ensinou sobre o feminino sagrado.

Da primeira cena do filme até a última me senti entorpecer. Uma mistura da minha tratjetória de relacionamentos tóxicos rememoradas pela projeção do casal do filme. Acredito que a maioria das mulheres sofreu e ainda sofre alguma questão de abuso por parte dos homens. Então fica a minha dica, assistam o filme. Ele é necessário para que possamos elucidar de forma viceral e honesta o que realmente pode se passar em um relacionamento seja ele amoroso ou não. Já que o abuso por parte dos homens acontece dentro de casa, no trabalho, nos lugares que circulamos e pode se estender para as nossas escolhas afetivas. Priscilla estava no auge da sua adolscência, ele já com seus vinte e poucos. Uma diferença de idade que gritava, mas que não foi um empecilho para que o amor pusesse a mesa. O afeto não escolhe, ele brota e floresce dos lugares mais inusitados. Ela era uma menina deslocada em um país distante de casa, a Alemanha e suas bases militares. Ele já era uma astro em ascensão. A rebeldia dela talvez tenha provocado uma curiosidade e desejo nele. Priscilla talvez tenha uma vontade de desbravar o desconhecido, quebrar a rotina massante e talvez se libertar de um sistema familiar rigído.

O filme remonta a própria biografia de Priscilla que ainda viva escreveu sobre o seu “conto de fadas”. A princesa salva e levada para um reino encantando repleto de luxos e facilidades. O príncipe Elvis parecia encantando, disposto a dar certo e interessado na sua pretendente. Tudo parecia ser escrito nas estrelas, mas aos poucos tudo vai desmorando como uma areia movediça que vai arrastando ambos para um caminhos estranho e vil. Neste ponto que o filme ganha a sua virada de chave, vamos acompanhando o amadurecimento de Priscilla e a sua desilusão em relação ao seu entorno. Até se casar com o seu rock star fica refém de um sistema perverso que a mantém escondida dentro de uma mansão. Sem faltar materialidades, o que fica em extinção é o afeto e a reciprocidade. Elvis cada vez mais famoso, dependente desde o começo de remédios e das ordens de seu pai e do seu produtor. Somos colocados diante de um lado as avessas do que estamos acostumados, um homem frágil que esconde uma passiva agressividade. Um companheiro que anula a companheira em tantos momentos que vai criando um processo de despersonalização. Desde a escolha das roupas, a cor do cabelo até mesmo os jogos psicólogícos perversos que mexem com a sua mente e os seus desejos. Em pouco tempo o brilho da juventude de Priscilla vai se tornando opaco, o telespectador pode notar que ela vai empalidecendo e quase sumindo a medida que o relacionamento avança uma casa.

A sutileza de detalhes do filmes cria uma atmosfera que nos leva para aquela época dos anos 60 e 70. Os figurinos, as maquiagens, os ambientes e tudo isso faz que a gente se sinta submerso. O contraste é veracidade da toxicidade que se cria entre os dois. Prscilla e Elvis eram estranhos que tentavam se amar e dividiam uma história. Conhecemos o gênio bizarro por detrás do cantor carismático que arrastava multidões. Suas perversões, obsssões e uma fixação em não crescer. O apego pela imagem da mãe recém falecida e o poder dado ao seu pai que tomava a maior parte das decisões. A vida sem limites permeada por mulheres, bebidas, drogas e amigos. Do outro lado vemos uma menina se tornando mulher diante de um cenário repleto de traições, solidão acompanhada, agressões, manipulações e silêncios que girtavam. Mesmo diate de tudo ela amava e venerava o seu princípe, talvez acreditasse que as coisas poderiam ser diferentes. Talvez restasse nela a esperança que ele iria ser apenas seu, o amor que ela sentia beirava a uma quse obsessão. Ela venerava e talvez isso a impedisse de enxergar a realidade propriamente dita. Se você está esperando um filme de amor ou grandes performaneces musiciais este não é o filme a ser escolhido. Aqui se trata de desbravar de forma delicada e ao mesmo tempo não idealizada um relacionamento que vai ruindo ao passar dos dias.

Sofia Copola com a sua construção impecável para persoangens femininos dá a oportunidade da persoangem questionar suas escolhas. Há uma revolta adolescente em Priscilla que sente presa e ao memso delsumbrada com a sua nova realidade. Senti que a rebeldia dela foi se dissolvendo com o passar do tempo e se transformando em uma melancolia quase palpavél. Priscilla é interpretada por Caille Spaeny que no meu consentimento levou o filme nas costas. Não só pela sua bela atuação, mas pela entrega a persoangem com os seus olhares e expressões. O que nos leva a e encontrar um princípe encantado as avessas. Um homem apaixado por armas, seitas religiosas, drogas, comportamento agressivo com mulheres e uma passiva agressivdade que beira a perversidade. Elvis ganha vida com a interpretaçãi de Jacob Elordi. O astro da série Euphoria, consegue trazer a tona a personalidade de um homem que se nega a amadurecer. O que se torna incompátível no papel de marido e pai, o que vai gerando afastamentos definitivos entre o casal.

O desfecho do filme é um sentimento de um amadurecimento feminino de Prisicilla que consegue ir embora de um relacionado fadado ao fracasso. A cena dela indo embora da mansão embalada pela canção ” I’ll Always Love You” provoca gatilhos em garotas como eu que foram embora de relacionamentos ainda contendo afetos mesmo que bizarros. Abandonar e seguir tecendo algum tipo de apego por mais estranho remonta elucida discussões importantes para o feminismo. Priscilla amou Elvis e talvez tenha seguindo amando de alguma forma. Já que grandes amores por mais turbulentos que possam se torna, provocam marcas. Eles tiveram uma filha, em pouco tempo ele iria colher as suas escolhas. Mas talvez a jornada dela tenha sido constríuida e descontrúida perante as cicatrizes inevitáveis de um amor viceral e perverso. Acredito que o filme foi muito delicado em colocar um olhar repleto de sutilezas em questões problemáticas como abuso sexual, cárcere privado, agressões e uma porção de elementos que faziam parte do cenário. Mas essa forma mais subliminar de trazer os elementos agressivos faz que o espectador fique refletindo a respeito sobre o que se passa dentro da história de um dos casais mais famosos da história.

Fico com a sensação que o filme está flutuando na minha mente. Talvez seja um convirte para em terapia conseguir aparar algumas arestas e fazer as pazes com partes da minha história. Afinal a gente amadure o nosso feminino aos trancos e barrancos como Priscilla, mas me questiono se realmente tem que ser assim.

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